Estão concluídas as obras de reabilitação e ampliação do edifício localizado no cruzamento da rua do Cantor Zeca Afonso com a rua António Cândido, na freguesia de Paranhos. A empreitada, gerida pela Domus Social, resultou na criação de cinco novas frações com destino à habitação em regime de renda apoiada, num investimento de cerca de 520 mil euros.
Esta quarta-feira, o Conselho de Administração da Domus Social realizou uma visita ao edifício, com o objetivo de conhecer o espaço recém-reabilitado.
Beneficiando de uma localização estratégica – junto a um dos principais eixos da cidade, entre a rua da Constituição e a de Damião de Góis –, a intervenção tirou partido da nova configuração urbana criada pela abertura da rua do Cantor Zeca Afonso, que transformou uma antiga empena numa fachada renovada.
Assim, o edifício original foi reabilitado, com a possibilidade de ser ampliado, a partir da construção de um novo volume integrado na nova fachada poente, com frente para a rua Cantor Zeca Afonso. Esta ampliação nas traseiras acrescentou 97 m² de área construída, elevando a área bruta total para 412 m².
Em traços gerais, a nova construção passou a desenvolver-se em dois volumes: um com cerca de 12 metros de altura e outro mais baixo, ao nível do logradouro. A entrada principal foi deslocada para a fachada poente, onde se criou um espaço central coletivo.
A nova caixa de escadas, em volume autónomo, surge no alinhamento da Rua do Cantor Zeca Afonso e marca o remate visual no cruzamento das duas ruas.
Habitação funcional com espaços exteriores
Da autoria do gabinete JF&GP ARQ-DES, Lda., o projeto teve como objetivo rentabilizar ao máximo a área edificável e redesenhar as tipologias para responder às exigências da habitação contemporânea.
O edifício pré-existente foi reorganizado em quatro apartamentos – três T2 com 75 m² e um T1 com 65 m² –, num esquema de um fogo por piso.
A quinta habitação, um T1 com 61 m², resulta da construção do novo corpo na fachada poente e desenvolve-se ao longo do logradouro, parte do qual é de uso privativo, com acesso direto para o jardim.
Todos os fogos privilegiam a relação com o exterior, seja através de varandas, seja por ligação direta ao jardim. A organização interna é funcional e a relação entre a área bruta e a área útil é baixa, otimizando o espaço habitável.
Detalhes da construção
Ao nível da construção, destacam-se acabamentos exteriores em reboco pintado (com sistemas ETICS ou areados), paredes da caixa de escadas em vidro perfilado, caixilharias em madeira com vidro duplo na fachada da rua António Cândido e caixilharias em alumínio com rutura térmica nas restantes.
No interior, os pavimentos das zonas sociais e quartos são em madeira, com revestimentos cerâmicos nas zonas de serviço.
No que toca às coberturas, o edifício original mantém a cobertura em telha, enquanto a nova construção adota uma cobertura verde, com vegetação tipo Landlab/Sedum.
Integração urbana
Este edifício passa agora a integrar a bolsa de património habitacional disperso que a Domus Social tem vindo a recuperar para arrendamento apoiado, no âmbito de uma estratégia contínua de regeneração urbana e valorização do parque habitacional público da cidade.
Durante a visita, o Conselho de Administração da Domus Social, presidido pelo vereador da Habitação, Pedro Baganha, destacou a importância de obras similares para o reforço da resposta habitacional da cidade, sublinhando o papel fundamental da reabilitação para a atividade da empresa municipal.