06/11/2024

No ano em que assinala 20 anos a fazer do Porto casa, a Domus Social promoveu uma conferência internacional que colocou em debate “O Futuro da Habitação”. Nos dias 29 e 30 de outubro, o evento reuniu mais de 400 pessoas no Centro de Congressos do Super Bock Arena e afirmou a perspetiva da empresa municipal para as próximas décadas: pensar o futuro, hoje. 

 

Nomes nacionais e internacionais de referência, profissionais das mais diversas áreas, estudantes e munícipes. Todos tiveram lugar na conferência “O Futuro da Habitação”, para refletir, partilhar e debater.  

 

Entre 29 e 30 de outubro, o acontecimento central da celebração dos 20 anos da Domus Social reuniu e acolheu mais de 400 pessoas, chegadas de vários pontos do país e da Europa, no Centro de Congressos do Super Bock Arena. 

 

No arranque deste encontro, estiveram em cima da mesa temas como as necessidades habitacionais de uma população cada vez mais envelhecida e o arrendamento acessível, em conversas ilustradas com exemplos portugueses representativos de cada um destes paradigmas. Ao mesmo tempo, foram abordados os desafios do design urbano e da acessibilidade na habitação, através de estudos de caso apresentados por convidados internacionais do Reino Unido e da Bélgica. 

 

Husam AlWaer, urbanista e professor na Universidade de Dundee 

 

Stephen Proctor, arquiteto e cofundador do Proctor and Matthews Architects 

 

Bart Vermandere, arquiteto e consultor de acessibilidade na cidade de Ghent 

 

A sessão que encerrou o primeiro dia do evento convidou a uma reflexão acerca das oportunidades e desafios da arquitetura no contexto da habitação social. Para isso, o momento destacou quatro projetos de habitação desenvolvidos pela Domus Social nos últimos 20 anos - alguns ainda em desenvolvimento - os quais foram apresentados pelos respetivos arquitetos autores: André Tavares, Inês Lobo, Luís Sobral e Paulo Tormenta Pinto. Foi uma oportunidade para conhecer, em pormenor, trabalhos que edificaram o presente e vislumbrar alguns traços que irão desenhar o futuro do Parque de Habitação Pública Municipal do Porto. 

 

No dia 30 de outubro, Tom Slater e Francisco Mangado trouxeram à cidade Invicta perspetivas internacionais acerca de variados conceitos, temas, desafios e problemáticas relacionados com a matéria da habitação, entre eles, os alicerces que sustentam o futuro da habitação social e as dificuldades burocráticas que se impõe na construção de habitação de qualidade. Duas apresentações fundamentadas através de exemplos e experiências profissionais reais que conquistaram a audiência do Centro de Congressos do Super Bock Arena, do início ao fim.

 

Tom Slater, geógrafo urbano e professor na Universidade de Columbia 

 

Francisco Mangado, arquiteto, economista e professor na Escola de Arquitetura da Universidade de Navarra 

 

A par das duas intervenções, a reflexão passou, ainda, pelas "Novas Formas de Habitar", "Novas Formas de Financiar" e "Novas Formas Projetar", três painéis de debate protagonizados por especialistas de diferentes contextos - política, economia, arquitetura e engenharia - entre os quais estiveram a Secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa, o vereador do Urbanismo e do Espaço Público e da Habitação da Câmara Municipal do Porto, Pedro Baganha, e o presidente da Housing Europe, Bent Madsen. Os três momentos foram moderados pela jornalista Diana Bouça Nova

 

Bent Madsen, presidente da Housing Europe e da NBO – Housing Nordic e CEO da Danish Federation of Non-Profit Housing Providers  

 

Pedro Baganha explicou que a maior dificuldade "é perceber quais são os instrumentos que podem ser mobilizados em prol do grande objetivo do Município: ter mais casas, quer sejam públicas ou privadas", defendendo que, no que diz respeito à habitação, "não há uma solução, há várias e temos de as usar todas". 

 

Filipa Roseta, vereadora da Habitação e Obras Municipais da Câmara Municipal de Lisboa, Francisco Rocha Antunes, fundador e presidente executivo da MOME, António Carlos Rodrigues, presidente do conselho executivo do Grupo Casais, Nuno Flores, arquiteto e fundador da RAAU e Rodrigo Vilas-Boas, arquiteto e partner do estúdio OODA, foram outros nomes que completaram o diversificado grupo de oradores deste grande encontro.  

 

“Ao longo destas duas décadas, a Domus Social desempenhou um papel insubstituível na melhoria da oferta e das condições habitacionais na cidade do Porto”, referiu o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, na sessão de encerramento da conferência “O Futuro da Habitação”, o evento que afirmou a perspetiva da Domus Social para os próximos anos: pensar o futuro, hoje. Uma missão que andará de mãos dadas com o propósito diário da empresa municipal: um Porto melhor, mais justo e sustentável, para todos.

 

 

Pedro Baganha, vereador do Urbanismo e do Espaço Público e da Habitação da Câmara Municipal do Porto 

 

 

Celebrar o Porto que é o nosso bairro

 

Ao mesmo tempo que se apresentou como o acontecimento central da celebração dos 20 anos de história da Domus Social, a conferência “O Futuro da Habitação” procurou, também, celebrar e dar a conhecer a história e a diversidade do Parque de Habitação Pública Municipal do Porto. 

 

Neste sentido, no âmbito do evento, foram dinamizadas visitas guiadas a bairros municipais e a edifícios dispersos de habitação social da cidade, entre os quais o Bairro do Falcão, o Agrupamento Habitacional da Rainha Dona Leonor, as Casas Dona Leonor, o Bairro Duque de Saldanha e os edifícios da Rua da Vitória e da Rua da Reboleira (n.º13). 

 

A par destas iniciativas, e ao longo de toda a conferência, foi possível criar outros pontos de encontro entre este Porto que é o Nosso Bairro e a cidade que o acolhe e envolve, nomeadamente, através de um momento que procurou transmitir um pouco da essência e do sentido de comunidade que caracterizam o Parque de Habitação Pública Municipal do Porto: Eu nasci num bairro. Eu sou barrista. E tenho muito orgulho em ser bairrista.”